Hospitais do Paraná recorrem a empréstimos para sobreviverem

Com a falta de profissionais de saúde devem ser convocados médicos e enfermeiros para o trabalho

A situação dos hospitais privados e filantrópicos já vinha se complicando no decorrer da pandemia do novo coronavírus e, pouco depois de verem o governo estadual autorizar a retomada das cirurgias eletivas, nova suspensão fez com que as instituições recorressem a empréstimos para não fecharem as portas. O presidente da Fehospar (Federação dos Hospitais do Paraná), Rangel da Silva, afirma que é preciso que o segmento seja olhado com mais atenção e pede que, além do repasse médio mantido pelo governo federal, estados e município auxiliem as instituições.

“Os hospitais que dependem das cirurgias estão bem afetados. Os que estão contratualizando para atender casos de covid-19 têm um volume grande de atendimentos, ainda mais nesse momento de aumento de casos. Mas os que dependem das cirurgias eletivas, suspensas novamente agora, enfrentam dificuldades.

Uma resolução estadual mantém o pagamento médio com base na produção do ano passado, mas esse valor é só o que vem do governo federal, o que precisamos é que o governo estadual também mantenha esse repasse. Já tinha uma promessa do secretário [de Saúde] Beto Preto que faria algo nesse sentido. Precisamos que o Estado faça o papel dele, que é ajudar os hospitais nesse momento, o mesmo eu peço para os municípios que têm gestão plena, que repassem os valores com base na média das produções anteriores, não os deixem desassistidos”, apela.

O presidente diz não descarta novas demissões. “Os hospitais estão entrando em endividamento. As ‘gorduras’ foram gastas e um auxílio do governo federal, que ajudava no pagamento de salários, acabou este mês, justo quando há pagamento de 13º salário. Não serão demitidos profissionais da linha de frente, mas deve haver uma redução dos custos com pessoal.

O presidente da Fehospar afirma que já existe falta de leitos de UTI em algumas cidades e que mesmo pacientes com convênio não têm conseguido vaga. “Já existem cidades como Londrina, Curitiba e Cornélio Procópio em que não há vagas nem para quem tem convênio. Em Curitiba, hospitais privados entraram em colapso. Nesses casos, é feita uma busca pela vaga, que pode ser encontrada em outra cidade e o paciente opta ou não por ir. Já chegamos a esse ponto. E, se o cenário atual não mudar, vai faltar mais leitos e medicamentos.

Ele ainda alerta para a falta de profissionais de saúde e afirma que Conselhos devem convocar médicos e enfermeiros para o trabalho. “Estamos em situação de guerra. Os profissionais estão há dez meses vivendo um estresse muito grande com a pandemia. É preciso, inclusive, convocar os que estão se formando agora para que haja profissionais disponíveis. É muito preocupante e o setor saúde precisa ter um olhar mais carinhoso… Não há ajuda nem atenção… A guerra está dentro dos hospitais. Quem salva vida e onde faltam leitos é dentro dos hospitais”, complementa.

Também cresce a ocupação de leitos de UTI. Cascavel passou de 60,80% para 80,40% e Toledo evoluiu de 79,17% para 91,67%. Na Macro-Oeste, a ocupação passou de 77% para 87% e, no Estado, a taxa recuou um ponto percentual e ficou em 88%
– O Boletim Estadual dessa segunda-feira (7) mostra que, na última semana, o Paraná registrou queda de 9,7% de novos casos de covid-19: foram 18.952 contra 20.798 da semana anterior.

Nas macrorregiões, o cenário também é de queda de casos, apenas a Macrorregional Leste teve acréscimo de 0,4% no comparativo semanal. A Macrorregional Oeste registrou queda de 1,9%; na Norte a redução foi de 12,9%, e a queda mais significativa foi na Noroeste, que teve 31,2% menos registros do que na semana anterior. Apesar da queda, os números continuam preocupantes.

Ontem o Paraná registrava 79.545 pacientes com o vírus ativo, dos quais 1.214 estavam internados. Com 1.465 novos casos e 38 mortes, o Paraná alcançou 301.458 infectados pelo novo coronavírus desde o início da pandemia, dos quais 6.414 não sobreviveram.

Fonte O Paraná

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