Usina que transforma dejetos de animais em energia é inaugurada em Entre Rios do Oeste

Energia produzida pela minicentral termelétrica de biogás será suficiente para abastecer 72 prédios públicos; projeto é inédito no país.

A Prefeitura de Entre Rios do Oeste, no oeste do Paraná, inaugurou nesta quarta-feira (24) uma central termelétrica de biogás que será responsável pelo abastecimento de energia para os 72 prédios públicos do município, como escolas, postos de saúde e secretarias.

projeto inédito no país e que pretende "zerar" a conta de energia da prefeitura foi lançado em 2015 e tem como parceiros o Centro Internacional de Energias Renováveis (Cibiogás), o Parque Tecnológico Itaipu (PTI), a Companhia Paranaense de Energia (Copel) e o governo do estado.

Em troca do fornecimento de energia, a prefeitura arcará com as despesas de manutenção da central termelétrica, o que deve gerar uma economia de 3% a 12% aos cofres do município.

Entre 2016 e 2019 foram investidos R$ 17 milhões na construção de 22 km de gasodutos e da usina que deve produzir 250 Megawatts-hora (MWh) de energia por mês. Os custos com a instalação dos biodigestores foram arcados pelos produtores rurais.

Nesta primeira etapa, 18 produtores rurais vão fornecer a matéria-prima para a produção do biogás: 215 toneladas por dia de dejetos de 40 mil suínos.

A energia vendida para a Copel vai render créditos que serão descontados da conta de luz do município que é de cerca de R$ 80 mil por mês. E, a prefeitura é quem vai fazer o pagamento aos produtores envolvidos.

A receita para cada um será proporcional, variando de R$ 900, para o menor produtor, a R$ 5 mil, para o maior.

Vantagens

Claudinei Jardel Stein é um dos produtores envolvidos no projeto. Com 7,3 mil suínos na granja, além dos benefícios ambientais, a venda do biogás será suficiente para em dez anos pagar o financiamento de R$ 74 mil para a instalação de um biodigestor e garantir uma renda extra.

Antes de entrar no projeto, todo o dejeto dos suínos era jogado diretamente na lavoura. Agora, o gás produzido pelos dejetos é enviado para a central e transformado em energia. Já os resíduos são tratados e transformados em fertilizantes não poluentes.

A propriedade, conta, ficou mais organizada e o mau cheiro foi embora.

"A gente para de poluir o meio ambiente. O gás que antes ficava com o esterco ao ar livre agora fica no biodigestor. E, o que era um prejuízo se tornou uma fonte de renda para nós", apontou.

Potencial

As regiões oeste e sudoeste são as maiores produtora de suínos e de aves do estado, o que as coloca em vantagem no uso do biogás para a produção de energia elétrica. A previsão é que o projeto seja instalado em outras cidades do Paraná.

Segundo o diretor-presidente do Cibiogás, Rodrigo Régis Galvão, todo o potencial brasileiro de produção de biogás seria o suficiente para abastecer 36% de toda a demanda por energia elétrica do país.

 

 

Fonte G1 PR

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