A denúncia foi formalizada no dia 29 de agosto
A Promotoria de Justiça de Nova Aurora, localizada no Oeste do estado, apresentou acusações contra um homem investigado por cometer crimes de tortura contra seu próprio filho, um menino negro de apenas 12 anos. Os atos, que tinham motivação racial, ocorreram em Iracema do Oeste, parte da mesma comarca onde o garoto residia sob a guarda do pai. A denúncia foi formalizada no dia 29 de agosto, após informações provenientes da rede de proteção à infância serem corroboradas por depoimentos de testemunhas durante atendimento realizado pela Promotoria de Justiça.
A denúncia, que está em andamento sob sigilo na Vara Criminal de Nova Aurora, lista 12 incidentes de agressões físicas e psicológicas graves perpetradas pelo pai contra a criança. Estes episódios incluem o uso de pedaços de madeira, vassoura, fio elétrico e pedaços de ferro, além de queimaduras com cigarro. As investigações também indicaram que o pai não permitia que o filho tomasse banho, com o objetivo de afastá-lo na escola. O menino era forçado a faltar às aulas e assumir todas as tarefas domésticas, assim como cuidar dos irmãos mais novos.
Além disso, o acusado às vezes impedia o filho de se alimentar e, em outras ocasiões, o obrigava a comer quantidades excessivas de comida, tratando-o de maneira diferente em relação aos irmãos. A vítima também era privada de possuir brinquedos, roupas adequadas e calçados para o clima, sendo forçada a dormir em um colchão no chão. A motivação racial ficou evidente pelas repetidas ofensas proferidas pelo pai, incluindo termos pejorativos como "preto" e "macaco", além de ameaças de morte.
Assim que a Promotoria de Justiça recebeu as primeiras informações, a criança foi acolhida em um ambiente institucional como medida de proteção. A comunicação do crime ao Ministério Público foi viabilizada devido à proximidade da instituição com a comunidade, através de atividades educativas sobre a violência contra crianças e adolescentes nas escolas, bem como atendimentos realizados em cidades menores da comarca. O acusado está detido preventivamente há 30 dias, mediante solicitação do Ministério Público do Paraná. As penas para o crime de tortura podem chegar a oito anos de reclusão.
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