Ex-cartorários emitiam certidões de óbito para criminosos com mandados em aberto
O delegado da Polícia Civil e responsável pela Deccor (Divisão de Combate à Corrupção, Rogerson Salgado, falou sobre a megaoperação registrada na manhã desta quinta-feira (1°), em três municípios do Oeste do Paraná, Cascavel, Santa Tereza do Oeste e Lindoeste.
A 7ᵃ Promotoria de Justiça de Cascavel fez o pedido de abertura de investigação para levantar dados sobre possíveis documentos falsos que eram emitido no Cartório Distrital de Santa Tereza do Oeste, cerca de 15 quilômetros de Cascavel. Segundo o delegado, o afastamento de três servidores aconteceu em março deste ano.
O esquema consistia da seguinte forma, segundo o que a inteligência da Polícia Civil apurou: os cartorários emitiam certidões de óbito para criminosos, escrituras de terrenos, casas e apartamentos, entre outros papéis. O inquérito policial foi instaurado em junho de 2020.
Entre os vários criminosos que compraram as certidões de óbitos, vários deles já estão presos novamente. A ideia era emitir novos documentos e levar uma vida "normal".
Entre as emissões, também estavam procuração para venda de imóveis, dezenas de pessoas tiveram os imóveis vendidos e transferidos a terceiros, sem saber ou receber nada por isso.
A suspeita de fraude começou a aumentar com a vida de luxo que os ex-cartórarios levavam em Cascavel. Eles moravam em um dos residenciais mais caros da cidade, na região do Lago Municipal, e ostentavam carros de alto padrão com valor de mercados superior a meio milhão de reais. Vida essa, segundo o delegado, bem diferente do salários que eles recebiam, de aproximadamente R$2 mil ao mês.
Os policiais cumpriram cinco mandados de prisão temporária e prenderam até o momento quatro pessoas apontadas como participantes das fraudes que chegam aos R$10 milhões. Além dos mandados de prisão, também cumpriram de busca e apreensão em nove endereços diferentes onde apreenderam o carro de luxo, Corvette avaliado em R$600 mil, computadores, mais documentos e celulares. Uma garagem de carros foi fechada e 30 veículos recolhidos ao pátio.
A investigação tenta levantar a participação de outras pessoas nas fraudes. Os presos respondem por falsidade ideológica, associação criminosa e estelionato.
Todos os detidos estão na carceragem da Cadeia Pública de Cascavel à disposição da Justiça.
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