A mãe e o padrasto da criança Alexander de 03 anos resolveram falar a verdade sobre os fatos e confessaram que a criança morreu em decorrência de agressão física
A mãe e o padrasto da criança Alexander de 03 anos resolveram falar a verdade sobre os fatos e confessaram que a criança morreu em decorrência de agressão física. Inicialmente o casal apresentou a versão de que a morte teria sido causada por um acidente doméstico, contudo, após serem confrontados com a necropsia realizada e outros elementos da investigação, acabaram por confessar o crime.
Tudo ocorreu no último domingo 5 de abril, quando o casal socorreu a criança ao hospital de Dionísio Cerqueira (SC) alegando que ele havia caído, porém, a criança já chegou sem vida ao local.
Após a constatação da morte a criança foi encaminhada para necropsia junto ao IML de São Miguel do Oeste (SC), onde o médico legista constatou: hemorragia aguda, rotura de fígado, rotura de rim esquerdo, traumatismo craniano, contusão em pulmão esquerdo e hemorragia abdominal e outros vários hematomas pelo corpo, sendo a hemorragia a causa da morte.
Segundo Fernanda, mãe do garoto, o padrasto costumava agredir o menino por vários motivos, dentre eles quando o mesmo chorava pedindo comida, em especial “reviro”, sua comida predileta. O padrasto confirmou este fato e disse que por muitas vezes “perdia a cabeça” e acabava por agredir a criança com tapas e socos, contudo, afirmou que a mãe também agredia a criança com tapas e com vara.
Paulo afirmou que no dia do crime, por volta de meio dia, se irritou porque viu a criança mexendo em uns venenos e a agrediu com vários socos na região abdominal e costelas esquerdas. Que após isso a criança não ficou bem, vomitou, defecou e estava meio tonta. Que levou a criança para dar um banho no intuito de obter alguma melhora, contudo, o quadro só piorava, pois a criança apresentava dificuldade para respirar e começou desfalecer, ficando desacordada. Que tentou reanimá-la com massagem cardíaca e a socorreu em um veículo, porém ainda no trajeto, percebeu que a criança não estava mais respirando.
A mãe disse que no momento dessa agressão estava do lado de fora da casa e quando percebeu a criança chorando correu para dentro e pediu que ele parasse de agredir a vítima. Já o padrasto afirma que após ter agredido a criança a mãe também o agrediu, porém não viu como se deu essa agressão.
Na tarde de quarta-feira (08) a Polícia Civil e o Instituto de Criminalísticas estiveram na casa do casal para realização de perícia criminal.
“Embora haja pequenas contradições nas versões da mãe e padastro uma coisa é certa: foi um crime brutal, abjeto e repugnante, que vitimou um anjo de apenas três anos de idade. Nós que trabalhamos na área de segurança lidamos diariamente com crimes e situações dramáticas, afinal, é este nosso mister, talvez por isso sejamos mais “insensíveis” às mazelas humanas. Contudo, quando nos deparamos com tamanha barbaridade, perpetrada por aqueles que tinham o dever moral e legal de proteção e cuidado, o crime ganha contornos de hediondez inenarráveis, de forma que se torna impossível não se emocionar com os fatos. Tirar a vida de uma criança de forma tão brutal e sem motivo algum revela a face mais obscura e cruel da personalidade humana. O caso ganha ainda mais dramaticidade quando se conhece um pouco da história do garoto, que nas palavras do avô adotivo era uma criança: inteligente, divertida, falante e feliz. Infelizmente, nem mesmo em seu velório, último ato de despedida, o garoto teve a atenção que merecia, sua mãe não pode comparecer porque estava presa e seu pai não obteve autorização para atravessar a fronteira. Assim, acompanharam o ato poucas pessoas, quase todas desconhecidas (prefeito, conselheiros tutelares, agentes de saúde etc), não haviam parentes, amigos ou pessoas próximas. E dessa forma aquele anjo se despediu da vida e foi chamado ao céu” destacou o Delegado que preside o caso, Dr Emerson Ferreira.
O casal encontra-se preso temporariamente pelo prazo de 30 dias e após a conclusão das investigações ficará a disposição da Justiça para responder pelo crime.
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