Trata-se de três meninas de 17, 13 e 12 anos, um menino de 8 e uma bebê de seis meses, filha da adolescente de 17.
Cinco menores foram acolhidos pelo Conselho Tutelar e Polícia Militar na tarde de ontem (17), no Jardim Veneza em Cascavel. Trata-se de três meninas de 17, 13 e 12 anos, um menino de 8 e uma bebê de seis meses, filha da adolescente de 17.
De acordo com o Conselho Tutelar Sul, que atendeu o caso, a família já era acompanhada pela Rede de Proteção havia cerca de um ano por problemas de faltas na escola e encaminhamentos para atendimento de saúde. Mas após uma denúncia de que uma das meninas estava faltando à escola para se prostituir, a família fugiu para Vera, no Mato Grosso. Lá, após denúncias de abandono e maus-tratos, o Conselho Tutelar acolheu os menores e os encaminhou para um abrigo. Os pais descobriram o local e os chamavam no muro e tentaram invadir o imóvel.
Diante disso, uma irmã da mãe das crianças foi localizada em Araguatins (TO) e a guarda judicial dos menores foi transferida para ela. Todos foram para a casa dessa tia, mas lá os pais raptaram os filhos e voltaram para Cascavel.
Conforme o Conselho, a família voltou há cerca de três meses, mas só teve conhecimento da situação quando o menino de oito anos foi matriculado em uma escola municipal. “Quando nós tomamos conhecimento da volta da família, entramos em contato com o Conselho Tutelar de Vera e depois com o de Araguatins. Eles nos enviaram toda a documentação e os depoimentos dos menores sobre a indução à prostituição e também venda e uso de drogas. Ainda é cedo para dizer, mas a bebê deve ser fruto da prostituição da adolescente… Todos afirmaram que eram obrigados a vender drogas e a pedir dinheiro… Se chegassem sem em casa, eles apanhavam”, contra a conselheira Terezinha Donegá.
Família Acolhedora
Os menores foram encaminhados a uma casa que faz parte do Programa Família Acolhedora e devem receber acompanhamento dos profissionais do programa. Eles também serão ouvidos e os fatos apurados.
“A primeira ação foi acolhê-los e colocar todos em uma mesma casa. Agora vem o trabalho de acompanhamento e a apuração de tudo o que eles viveram. Vamos ouvir os menores e também os pais, apurar toda a situação, sempre informando o Ministério Público, já que, depois de todo o trabalho, a decisão de reintegração ao convívio com os pais ou não vai ser do juiz da Vara da Infância e Juventude”, explica a gerente da divisão de proteção especial da Secretaria de Assistência Social, psicóloga Lucimaira Cabreira.
Situação dos pais
Nenhum dos pais tem emprego e a família vivia em uma casa improvisada em um terreno cedido por um familiar no Jardim Veneza. Não há informações de as crianças terem passado fome, pois a família tinha assistência do Cras (Centro de Referência de Assistência Social).
Ainda de acordo com o Conselho Tutelar, existe um boletim de ocorrências sobre o rapto das crianças e há uma medida protetiva que impede o pai de se aproximar da família. No momento da acolhida, estavam todos na mesma casa.
Ainda não há informações sobre possível investigação do Nucria (Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crimes).
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