Ratinho Junior explicou para os deputados federais do Paraná que a previsão é que a nova malha ferroviária tenha uma extensão de até 1.371 quilômetros. Intenção é colocar a Ferroeste em leilão na Bolsa de Valores (B3) até novembro de 2021.
O governador Carlos Massa Ratinho Junior apresentou, nesta segunda-feira (31), para a bancada de deputados federais do Paraná, o projeto de implantação do Corredor Oeste de Exportação. O novo ramal ferroviário vai ligar o Porto de Paranaguá até a cidade de Maracaju (MS), ampliando a malha operada hoje pela Ferroeste (Estrada de Ferro Paraná Oeste S/A). O encontro ocorreu por meio de videoconferência.
Ratinho Junior explicou que a previsão é que a nova malha ferroviária tenha uma extensão de até 1.371 quilômetros. O projeto, destacou ele, inclui a construção de uma nova ferrovia entre Maracaju e Cascavel (Oeste do Paraná); a revitalização do atual trecho ferroviário operado pela Ferroeste, entre Cascavel a Guarapuava; a construção de um novo traçado entre Guarapuava e Paranaguá e de um ramal multimodal entre Cascavel e Foz do Iguaçu. Como está em fase de elaboração, não há um valor definido para a obra.
“É um projeto extremamente importante, que vai impactar no escoamento da produção do Mato Grosso do Sul, Paraná e Paraguai. Essa obra é parte das ações que buscam transformar o Paraná no hub logístico da América do Sul”, ressaltou o governador. “Um projeto que já nasce vitorioso, unindo dois polos de produção para criar um grande corredor de exportação”, acrescentou.
Durante o encontro virtual com os parlamentares, Ratinho Junior lembrou que foi firmado neste mês um acordo de cooperação técnica com o Mato Grosso do Sul com o intuito de dar velocidade ao projeto. Além disso, reforçou, já foi assinado o contrato com a empresa TPF Engenharia para execução dos Estudos de Viabilidade Técnico-operacional, Econômico-Financeira, Ambiental e Jurídica (EVTEA), que deve ser concluído em, no máximo, um ano.
“O prazo é apertado, mas está tudo indo muito bem, dentro do cronograma estabelecido. Estamos em conversações com o Ibama em busca das licenças ambientais”, afirmou Ratinho Junior.
PRÓXIMOS PASSOS – A proposta é abrir a concessão do projeto para a iniciativa privada. Em junho, a Ferroeste foi qualificada para integrar o Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) do Governo Federal, atendendo a um pedido feito pelo Governo do Estado. Com a inclusão no PPI, a União vai ajudar o Paraná com apoio técnico regulatório necessário em diversas áreas, da modelagem e meio ambiente à atração de investidores.
A expectativa é colocar a Ferroeste em leilão na Bolsa de Valores (B3) até novembro de 2021, já com o EVTEA e o EIA/RIMA concluídos. O modelo de concessão (total ou parcial) está sendo discutido pelo grupo de trabalho que elabora o Plano Estadual Ferroviário do Paraná, instituído em julho pelo governador Ratinho Junior.
PROBLEMA HISTÓRICO - Secretário de Estado da Infraestrutura e Logística, Sandro Alex explicou que o projeto, também chamado de Nova Ferroeste, resolverá um problema histórico de infraestrutura do Paraná, com impacto para o Brasil e para o Mercosul. O novo traçado vai ligar o Paraná à malha ferroviária nacional, beneficiando as principais potências do agronegócio nacional, além do Paraguai, que é hoje um dos principais produtores mundiais de grãos.
“Tem um impacto muito grande em toda a logística nacional, fortalecendo e incentivando a produção de dois estados do País e também do Paraguai. Por isso a necessidade de envolver e construir o projeto em conjunto com a nossa bancada federal”, destacou ele. “Vamos construir um modal sustentável de longo prazo, deixando um legado muito grande para toda a sociedade paranaense”, acrescentou o coordenador do plano ferroviário do Paraná, Luiz Fagundes.
“Foi uma reunião esclarecedora. Entendemos todos os detalhes de um projeto que é de extrema importância para o Paraná e para o Brasil. A bancada paranaense vai apoiar integralmente no que for preciso”, afirmou o coordenador da bancada do Estado na Câmara Federal, deputado Toninho Wandscheer.
LUCRO – O diretor-presidente da Ferroeste, André Gonçalves, aproveitou o encontro para mostrar os números da companhia. Ele lembrou que no ano passado, pela primeira vez na história, a Ferroeste operou com lucro. “Algo simbólico, em torno de R$ 500 mil, mas que comprova que a companhia pode funcionar no azul”, disse.
Neste ano, disse, a empresa fechou o primeiro semestre com lucro operacional de R$ 2,3 milhões e faturamento de R$ 13,9 milhões. Ainda segundo Gonçalves, entre janeiro e junho deste ano, 792,1 mil toneladas de cargas passaram pelos trilhos da ferrovia, principalmente grãos e frango refrigerado, que são enviados para exportação via Porto de Paranaguá, e fertilizantes e cimento ensacado, transportados até Cascavel.
O volume movimentado nos seis primeiros meses de 2020 foi 23% superior ao mesmo período do ano passado, quando foram transportadas 609,3 mil toneladas de produtos.
PRESENÇAS – Participaram do encontro o chefe da Casa Civil, Guto Silva; o diretor-geral do DER-PR, Fernando Furiatti; o chefe do escritório do governo do Estado em Brasília, Rubens Bueno II; o deputado federal do Paraguai e integrante do Parlamento do Mercosul, Enzo Cardozo; além dos deputados federais Luizão Goulart, Leandre, Diego Garcia, Rubens Bueno, Ricardo Barros, Sérgio Souza, Vermelho e Sargento Fahur.
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Ratinho Junior pede apoio da bancada para o programa BR do Mar
O governador Carlos Massa Ratinho Junior pediu também durante a reunião desta segunda-feira (31) o apoio dos deputados federais do Estado em torno do programa BR do Mar. O projeto de incentivo à Cabotagem foi enviado neste mês pelo Governo Federal, como projeto de lei, em caráter de urgência, ao Congresso Nacional.
A medida tem como objetivo aumentar a oferta da cabotagem, incentivar a concorrência, criar novas rotas e reduzir custos. Entre outras metas, o Ministério da Infraestrutura pretende ampliar o volume de contêineres transportados, por ano, de 1,2 milhão de TEUs (unidade equivalente a 20 pés), em 2019, para 2 milhões de TEUs, em 2022.
Também é objetivo ampliar em 40% a capacidade da frota marítima dedicada à cabotagem nos próximos três anos, excluindo as embarcações dedicadas ao transporte de petróleo e derivados.
“Contamos com o apoio dos nossos deputados porque os portos de Antonina e de Paranaguá estão entre os mais preparados do Brasil para a cabotagem. Isso vai ajudar muito na exportação de produtos, gerando emprego e renda no Paraná”, disse Ratinho Junior.
A cabotagem é a navegação entre portos ou pontos da costa de um mesmo país. É um modo de transporte seguro, eficiente e que tem crescido mais de 10% ao ano no Brasil, segundo o Governo Federal, quando considerada a carga transportada em contêineres. “Diminui muito os custos de quem quer produzir”, afirmou o governador.
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