Produtores de Capitão relatam que não está mais sendo viável produzir leite nas pequenas propriedades

Muitos dos pequenos produtores já pararam com a atividade no município

A cadeia produtiva do leite hoje é uma das mais complexas atividades do Agronegócio Brasileiro, com importância social, econômica e ambiental. O País é o quarto maior produtor mundial, com crescimento de 2% ao ano, movimentando mais de 4 milhões de trabalhadores, seja nas indústrias ou no campo, com a produção primária.

Apesar da boa estimativa de crescimento para o setor, de acordo com o produtor de leite da Comunidade da Linha Barra Grande em Capitão, Jardel Ortolan, o cenário está bem crítico para os produtores de leite. Segundo ele, não está mais sendo viável produzir leite, principalmente em pequenas propriedades. “O valor do litro de leite pago ao produtor, está sendo muito baixo e o custo de produção está muito elevado”, salientou.

Jardel Ortolan, disse ainda, que diante do cenário atual que estamos vivendo, que os Governantes também vissem a possibilidade de um Auxilio Emergencial para os produtores de leite. Segundo ele, quando iniciou a pandemia, houve uma baixa de R$ 0,25 a R$ 0,30 centavos por litro de leite pago ao produtor. “O valor recebido, não pagou os custos de produção”, disse.

O produtor da Linha São Jorge em Capitão, Douglas Gehrke, disse que a família trabalha na atividade leiteira a quase 30 anos. Atualmente são produzidos por dia em torno de 400 litros de leite, a principal fonte de renda da família.

Douglas, avalia que a uma diferença muito grande, em relação ao grande e ao pequeno produtor de leite. Segundo ele, o pequeno produtor, é aquele que destina 100% de sua área, exclusivamente para produção de leite. Tanto para pastagens, quanto para plantio do milho para silagem. Atualmente para ele, “esse, é o produtor que mais sofre” disse.

O produtor, também comenta do alto Custo de produção da silagem de milho. Segundo Douglas, “o custo para plantar um alqueire de milho é altíssimo”.

Douglas Gehrke, destaca ainda o alto custo dos produtos de higiene e limpeza, insumos, medicamentos e entre outros na produção de leite. Conforme o produtor, “não é qualquer medicamento que você pode usar e quanto menor a carência do remédio, maior é o custo para o produtor” acrescentou.

Gehrke, contraria os laticínios, que dizem, segundo ele, que os custos dos grandes produtores de leite são maiores. “Eu penso que o custo do pequeno produtor é maior”, disse. 

Douglas, recorda que a 25 anos atrás todos os moradores da Linha São Jorge entregavam leite, hoje o cenário é bem diferente. “Da pra contar nos dedos das mãos, quantos entregam leite ainda”, salientou.

Por fim, o produtor ressalta, como que a família tem feito para se manter no campo com a produção de leite e diz ter pouca esperança em termos de ajuda dos governantes. Segundo ele “a conversa é sempre a mesma”, finalizou Douglas Gehrke.

Já o produtor de leite da Linha Hortelã em Capitão, Gilvonei Fontanella, disse que trabalha há 13 anos no ramo leiteiro. Atualmente produz 1.350 litros de leite. E que é “uma boa atividade, tanto para o grande o quanto para o pequeno produtor, por ter uma renda mensal. Porém, ainda existe pouco incentivo por parte dos governos”, acrescentou.

O secretário de Agricultura de Capitão Leônidas Marques, Valdir Giachini reconhece que houve sim, uma diminuição no número de produtores de leite no município, más ressalta que o governo municipal tem procurado incentivar o agricultor a permanecer na atividade leiteira no campo.

De acordo com Valdir, apesar da diminuição de produtores neste ramo, a quantidade de litros de leite produzidos no município não diminuiu. “Isso devido a alguns agricultores, terem aprimorado e melhorado a questão genética”, disse.

Sobre os programas de incentivo, conforme Valdir, desde o início de seu mandato, a pedido do prefeito Claudio, a Secretaria de Agricultura tem mudado a lei de incentivo na produção leiteira e pecuária do município.

Por exemplo, “a não mais cobrança do Sêmen Bovino e sim somente a cobrança da taxa de deslocamento no Programa de Inseminação Artificial e entre outas ações através de programas de incentivos”, destacou o secretário.

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